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Casamento Jéssica e Conrado

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Casamento Jéssica e Conrado

E essa foi uma experiência muito única e linda que tive a honra de vivenciar. Como vocês já devem ter percebido eu não costumo fotografar eventos, mas resolvi aceitar o convite do meu cunhado André Moura para fazer um freela neste casamento com ele. Eu que não sabia nem o nome dos noivos a caminho da cidade ganhei um lindo presente com este trabalho.

A noiva Jéssica uma querida, a história deles a coisa mais linda e inspiradora, o local da celebração era simplesmente incrível. Num dia dos sonhos o ambiente era de puro amor! Pessoas que transbordavam alegria e amor por este casal. Veja as fotos e sinta um pouco do que foi este dia! Leia os votos da Jéssica para o Conrado e entenda toda a magia por trás dessa linda história.

Os votos da noiva

“É em função do terreno que a água determina seu curso.
Neste exato instante, experimento como ela pode ser flexível e tremendamente forte.

O início da nossa história era a gente se encontrando nas idas e vindas. Você me contava do ponto mais alto dessa cidade as histórias das suas viagens. E você falava…Por horas… Soube desde o início que você se desconcerta no silêncio.

Me recordo que levamos alguns desencontros até que uma expressão mirabolante minha tentasse ler os sinais do tempo. Me desculpe… eu busco relações transcendentais em tudo, você sabe. Eu poderia até associar o nosso companheirismo a uma estranha relação com as libélulas. Elas aparecem pra gente o tempo todo. Poderia ser pelas mais de 17 metamorfoses que elas vivem ao longo da vida ou porque perdi a conta do quanto me reinvento. Mas, veja…não é por você. Nunca foi…O que vivemos é intuitivo pra mim.

Me sinto flutuando de forma distraída sob o leito de um rio.

E ao mesmo tempo acho tudo muito, muito esquisito. Eu precisei passar no meio dos arames de uma cerca pra ver esse quintal pela primeira vez. Não vou fantasiar sobre o quanto isso diz sobre a vida. Teremos tempo pra isso…Eu errei a roupa em todos os nossos 100 primeiros encontros. E não me importo…As lentes pelas quais vemos o mundo foram fabricadas em lugares distantes. Que bom. Entrei diversas vezes na água gelada dessas cachoeiras até perceber que eu não gosto de água fria. E eu vou viver bem assim.

Meus movimentos são lentos, porém fortes, pontuais. Eu já te disse, meu bem, eu penso muito. Mal formulei as minhas hipóteses e você já tem uma nova aventura. Você não me dá tempo para ter certeza. E rapidamente entendo que é ambicioso demais querer transformar o mundo. Ninguém tem esse direito. Não sei nada sobre o amor, mas uma das 8 mil definições possíveis tem algo a ver a forma estranha que você caminha. E, quer saber, eu me entrego. Me perdi em você. Sou apaixonada pela curva das suas costas no banco do carro. Pelo cheiro de amaciante nas suas camisetas. Pelo seu passo lento. Pelas esquinas em que você pára pra ouvir TODOS os hare krishnas que te chamam pra qualquer coisa que seja. Meu amor, eu abandono todos os meus cronogramas toda vez que você perde um par de chinelo no caminho. Eu me sinto mais corajosa ao te ver desinibido usando bermuda no frio. Você é como acordar e perder a hora na segunda-feira.

Observo com atenção você servir ao mundo todos os dias a partir deste quintal. E diante disso, não quero mais transformar o mundo, meu bem. Quero viver uma vida que ajude. Você me faz as perguntas mais difíceis. E eu sei que você não dá conta. A vida passa rápido demais para tanto…Nada precisa ser tão sério assim.

Percebo que a minha história é sobre histórias de amor e de militância – prática de uma pessoa que defende uma causa. E que algumas curvas são decisivas para o percurso de um rio.

A essa hora, já passou do tempo em que meu avô Chico era jovem pouco ajeitado e precisou vestir o casaco mais cafona da vitrine da cidade. Isso era um desafio que minha avó, Soledade, fez para testar as suas intenções. Longe, em outro lugar, dois olhares estrangeiros se encontraram no barulho de uma feira livre no Brasil. Minha avó Bába, recém chegada da Guerra na Rússia, e meu grego, Lázaro. Em alguns momento as águas de conectam. Não que isso signifique algum casaco cafona em nossa história, mas porque o maior sucesso desse Sítio foi na primeira feira que fizemos juntos. Quem diria…
Quando eu era pequena minha avó me disse que Deus era o suco dentro de cada gomo da laranja. E tudo provém de uma mesma fonte. Veja…algo que é sagrado faz o entardecer ser visto da nossa janela. Ah, se não fosse por essa estranha relação com um rio…

As paisagens do percurso vão mudar, e nosso cabelo também. Depois de alguma curva, sei que há margens que nos comprimem. Sinais dos tempos, meu amor, sei que a vida não pode ser ideal ao lado de ninguém. E que bom que a gente não se completa, nos espaços vazios cabe o que ninguém ainda nos disse como será. Mas, no caminho até lá, me leve.

Meu amor, você é a coisa mais diferente que eu já fiz… Ainda bem.”

Retratoterapia – Paraisópolis – MG

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